Teve início, na manhã desta quinta-feira (13), a sétima edição da Conferência Nacional de Futebol, a Conafut. O evento segue até sexta (14) na Neo Química Arena, Zona Leste de São Paulo, e reúne especialistas de diferentes áreas do futebol para debates e networking.
No primeiro painel de debate, a criação da marca de jogadores, agora como influenciadores digitais, foi abordada. Diogo Kotscho, que foi assessor de imprensa de jogadores como Kaká e Cafu e atualmente coordena a comunicação do Athletico-PR, abordou essa virada de mentalidade dos atletas.
A mudança vem junto com a própria voz que os atletas vêm ganhando nos últimos anos. Antes, a voz do atleta era via a imprensa tradicional, a voz direta era pouca. Cm as redes sociais, o atleta de fato ganhou uma voz, com erros e acertos, para mostrar para fora todos os aspectos da vida dele. Esse engajamento social só começou antes nos EUA e Europa pela chegada das ferramentas. No começo, os atletas tiveram que aprender a lidar com isso, hoje vemos casos tão brilhantes no Brasil quanto os de fora, como o Vinicius Jr. Além de ser um destaque dentro de campo, ele trabalha para levar um impacto na sociedade.
Diogo Kotscho, diretor de comunicação do Athletico-PR
Jacqueline Meirelles, fundadora da Arena ESG e mulher de Julio Casares, presidente do São Paulo, lembrou que essa criação de uma personalidade para além dos campos deve começar ainda na base:
“No São Paulo, vimos diferentes formações e origens de atletas chegando, uns de famílias mais humildes, outros com preparo maior. Temos que tentar unificar tudo isso, moldar essa mensagem”.
Um atleta por si só já é um influenciador. Tentamos trabalhar já com atletas da base, para saber que historia ele vai contar
Jacqueline Meirelles, fundadora da Arena ESG
Rafael Capelli, sócio da agência On the Nose, que trabalha a imagem digital de jogadores e ex-atletas como Kaká, complementou a fala. Para ele, o atleta é mais que um influenciador, é um veículo de mídia.
Para isso, a educação é fundamental. A sensação que eu tenho é que falta essa escolinha para jogadores da base, de posicionamento, de criar uma história para si. Quanto mais verdadeiro você for, é melhor, no fim do dia. Ser autêntico é fundamental, não inventar a história de alguém que não é você. E evitar a ansiedade de monetizar, de estourar logo nas redes sociais, também é importante, porque isso pode atrapalhar parcerias e ações futuras
Rafael Capelli, sócio da agência On the Nose
O ex-jogador e atual empresário Dudu Cearense também participaria da mesa, mas não conseguiu conciliar agenda e só vai participar da Conafut nesta sexta-feira (14).
Abertura traz união do futebol gaúcho
O painel de abertura teve como mote a retomada da vida e do futebol no Rio Grande do Sul, que se recupera da tragédia provocada por fortes chuvas e enchentes que assolaram a maior parte do estado desde o início de maio.
O debate, mediado pelo jornalista e advogado gaúcho Andrei Kampff, contou com as participações de Henrique Guterres, executivo de marketing do Grêmio, e Liana Bazanela, ex-diretora-executiva de marketing e negócios do Internacional, esta de forma remota.
Tanto Liana quanto Henrique exaltaram um trabalho prévio de união dos rivais gaúchos nos bastidores, o que permitiu uma melhor ação conjunta na abordagem dos clubes diante da tragédia que atingiu o RS e impactou, claro, no futebol gaúcho.
“Talvez se o Inter e o Grêmio não tivessem uma relação prévia de executivos, a clareza de que em alguns momentos a gente trabalha juntos, sim, na tomada de decisões, se as direções não tivessem essa clareza, não teria sido tão rápida essa forma de os clubes trabalharem juntos”, opinou Liana, citando a histórica campanha Jogando Junto. “Inter e Grêmio têm essa relação profissional extracampo que dá melhor integração em momentos delicado como esse”.
Henrique Guterres fez coro ao elogiar o movimento de clubes de trazer profissionais formados em mercados fora do futebol, o que favoreceu esta integração entre os rivais.
Quando conheci Liana, propus uma agenda diferente. Nos unir e ir juntos. Com isso, aumentamos valores de contratos dos dois clubes. Grêmio e Inter não são concorrentes do público. Isso é básico, óbvio, mas facilita que limites da relação possam ir além. A partir da tragédia, pensamos o que podíamos fazer juntos. Entrar na cabeça de torcedor, passional, e não olhar o longo prazo, isso deixa o futebol brasileiro para trás
Henrique Guterres, executivo de marketing do Grêmio
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