“O torcedor tem que sonhar com tudo que ele quiser”. Foi com essa frase que Rogério Ceni aguçou ainda mais o ânimo do apaixonado pelo Bahia após vencer o Vasco, na última quarta-feira, 26. O resultado levou o Esquadrão à vice-liderança do Campeonato Brasileiro, posição que reflete o bom futebol apresentado pela equipe.
Com 24 pontos somados em 12 partidas, o Tricolor de Aço tem a mesma campanha que o líder Flamengo. Porém, o clube carioca tem saldo de nove gols favoráveis, contra sete da equipe soteropolitana.
E ainda que o desempenho inicial transforme o time em sensação do Brasileiro, Rogério reconhece a dificuldade de seguir disputando com as grandes potências até o fim das 38 rodadas: “É difícil competir a longo prazo com Palmeiras, Flamengo, Atlético. O objetivo a curto prazo é fazer o Bahia estar bem no cenário nacional e ter um calendário internacional todos os anos. Esse é o maior objetivo do clube.”
O discurso do técnico vai ao investimento, que mesmo com os aportes recentes do Grupo City, dono da SAF do clube, ainda não está entre os maiores do país. Segundo o site Transfermarkt, o valor de mercado do elenco é o 14º do país, à frente apenas de Fortaleza, Cuiabá, Vitória, Atlético Goianiense, Juventude e Criciúma.
Os ‘segredos’
Na contramão do plantel avaliado como um dos mais baratos da elite nacional, Rogério Ceni montou um dos times mais propositivos do Brasil. Ou seja, o Bahia que iniciou a competição em alta se caracteriza pela posse de bola, muitas chances criadas e controle de jogo sobre seus adversários.
A personalidade clara do Tricolor tem como forte responsável o meio de campo. No duelo contra o Vasco, os escalados foram Caio Alexandre, Jean Lucas, Éverton Ribeiro e Cauly, um quarteto com boa capacidade de passe e movimentação.
Além dos nomes que compuseram a região central “no papel”, duas adaptações são relevantes. Thaciano, originalmente um meio-campista, está sendo utilizado mais à frente, assim como Luciano Juba, um meia-atacante de formação, entra em campo como lateral pelo lado esquerdo.
E com a premissa de tratar bem a bola – algo comum nos trabalhos de Ceni -, o esquema exige que o goleiro e os zagueiros trabalhem com passes para iniciar a construção. Assim, o arqueiro Marcos Felipe e os defensores Kanu e Gabriel Xavier também são muito acionados.
Pela lateral direita, Gilberto vem sendo importante para criar por dentro e também aumentar a amplitude pelo lado. Centroavante do time, Everaldo veste a camisa 9 e tem a função de finalizar as jogadas, além de atrair um zagueiro rival para a chegada dos companheiros na área.
Os números
De acordo com o Sofascore, o Bahia é a segunda equipe que mais teve chances de gol no Brasileirão, somando 29. Assim, em média, a equipe tem 2,4 oportunidades claras de marcar por partida.
Os dados somados à quantidade de chutes por jogo mostram que o Esquadrão opta por terminar as jogadas em momentos mais propícios. Isso, pois, o time é o 9º que menos finaliza no campeonato, com média de 12,9 a cada 90 minutos.
Fazendo jus ao estilo de controle e ofensividade, a posse de bola média é de 54,2%. O Tricolor de Aço ainda se destaca pela marca de ter ficado com a bola mais tempo que o adversário em sete dos 12 jogos na competição.
Individualmente, o artilheiro na campanha é Everaldo, com cinco gols marcados. No ranking de assistências, os líderes são Éverton Ribeiro, Jean Lucas, Biel e Cauly, com três cada.
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