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Gamescom: São Paulo recebe maior evento de games do mundo

A Gamescom, maior evento de games do mundo, desembarca na América Latina pela primeira vez. São Paulo é a cidade escolhida para sediar a feira que começou nesta quarta-feira (26).

O evento será aberto ao público nesta quinta-feira (27) e irá se estender até 30 de junho. A expectativa é que mais de 100 mil pessoas passem pelo local.

Arena de eSports

Ao longo dos quatro dias, a exposição no pavilhão São Paulo Expo terá palestras, painéis com grandes nomes da indústria de games e a presença de mil influenciadores.

Além disso, o espaço contará com arena de e-sports, mais de 70 estandes, 850 marcas de 70 países, cerca de 400 jogos para o público, sete palcos, lançamentos de games e espaço para artistas venderem e divulgarem trabalhos.

A área tem mais de 25 mil metros quadrados e terá experiencias interativas, atividades e demonstrações ligadas ao universo gamer. Os valores dos ingressos para cada dia variam entre R$ 170 e R$ 340.

Esta será a primeira edição da Gamescom LATAM. O evento original é realizado anualmente na Alemanha, e a marca também conta com a Gamescom Ásia, que ocorre em Singapura.

Fusão de eventos

São Paulo já recebia desde 2012 a exposição de games Big Festival, que, em 2024, se juntou oficialmente à Gamescom para a realização da feira.

“Esse evento gera muito emprego, muita renda para cidade. A gente vai ter pelo menos R$ 1 bilhão de movimento na cidade, mais corridas de táxi e aplicativos, mais pessoas em hotéis. Muito importante São Paulo estar sediando um evento na área de games, que é uma grande oportunidade de negócio”, afirmou Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo.

Segundo a organização, o orçamento total do evento gira em torno de R$ 138 milhões. E a expectativa é de que mais de R$ 1.1 bilhão seja aplicado no setor por empresas que participam de rodadas de investimentos que ocorrem na exposição.

O evento contará ainda com uma cerimônia de premiação dos melhores jogos do ano. Quase mil jogos de 74 países competem em 20 categorias. Os visitantes poderão jogar os 114 jogos finalistas.

“50% dos visitantes são de São Paulo, o resto é de fora. Temos estrangeiros, gente de todos os estados do Brasil e muitas pessoas do interior. Estamos saindo de um lugar de negócio e expandindo para o público geral. Só trabalhando no evento são 5 mil pessoas por dia. Há impactos por todos os lados e ainda fixa São Paulo como um lugar privilegiado do ramo de games”, conta Gustavo, CEO da Gamescom Latam.

O mercado de games no Brasil

Segundo levantamento realizado pela Newzoo, fornecedora líder global de jogos para PC e Console, o Brasil é o país com o maior mercado de games da América Latina e movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano. No mundo, o país ocupa a 13ª posição do ranking. O setor movimentou R$ 1 trilhão no âmbito global em 2023.

O prefeito de São Paulo falou que o investimento da cidade no mercado de games tem como foco a geração de empregos.

“A gente fala muito sobre oportunidade. É um mercado que está crescendo e temos que estar sempre antenado para as oportunidades financeiras, mas também como oportunidade de emprego e renda. Quem quer trabalhar no setor de games precisa ter essa oportunidade, a porta aberta”, afirmou o prefeito.

“A gente recebe muitos turistas, temos muito fomento no negócio e também as políticas públicas, estamos ligados. Mas o principal é a oportunidade de geração de emprego e renda, principalmente para os jovens”, completou.

Segundo Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), os jogos eletrônicos podem ser mais uma ferramenta de promoção do Brasil para o mercado internacional.

“A Gamescom é uma das feiras mais importantes. O Brasil já é um grande mercado consolidado. O que não existe, e isso cabe à Embratur, é a aproximação desse universo do game com a indústria do turismo. A gente quer que a diversidade brasileira esteja nos games, porque isso pode aumentar o número de turistas no Brasil, o que gera emprego e renda, que é o nosso objetivo.”, afirmou Freixo.

“Eu estava assistindo a games que se passam na Avenida Paulista, Salvador, Rio de Janeiro, são jogos que promovem o Brasil. A Embratur quer promover o Brasil também por meio dos games. O que já acontece no audiovisual, nos filmes, nas séries, a gente quer que aconteça também pelos games. E isso é muito potente.”, completou.

Romina Whitlock, diretora de marketing para a América Latina da Nintendo of America, fala sobre a relação entre a desenvolvedora japonesa e o mercado brasileiro

“Não me surpreende que a Gamescom tenha escolhido o Brasil, o país tem um mercado muito grande. Para nós, o Brasil é um mercado muito importante, temos uma base muito forte dos ‘nintendistas’ aqui. Queremos aumentar essa base, para isso, temos que ter os produtos mais acessíveis, os mesmos produtos que temos em outros lugares, temos que ter lançamentos ao mesmo tempo e atualizações para que todos possam jogar.”, explicou.

O público de games no Brasil

Segundo a Pesquisa Game Brasil (PGB), estudo que traz dados sobre o comportamento dos jogadores, 73,9% da população brasileira afirmam jogar algum tipo de jogo digital.

A pesquisa mostrou um aumento significativo na diversidade dos usuários. O público feminino representa 50,9%, enquanto o público masculino está em 49,1%. Os negros são maioria étnica entre os jogadores, com 52,3% na soma entre pardos (41,2%) e pretos (11,2%), seguidos por jogadores que se declaram brancos (44,6%).

Quanto à classe social, a pesquisa aponta que a maioria dos gamers brasileiros pertencem à classe média (B2, C1 e C2), com total de 64,8%.

A classe média-alta (B1) representa 11,6% do público; já a classe alta (A) representa 15,8%; e a base da pirâmide (classes D e E) representa 7,8%.

O prefeito Ricardo Nunes falou sobre a importância de políticas públicas para democratizar os jogos eletrônicos e torná-los mais acessíveis à população de baixa renda.

“Estamos fazendo incentivos em relação ao Sampa Game, damos até R$ 35 mil para cada projeto aprovado, e a maioria dessa turma vem da periferia. A prefeitura tem essa preocupação. Temos que ficar antenados para quem são as políticas públicas, senão, fica apenas para uma camada da sociedade, e isso é o que a gente não quer, queremos que a oportunidade chegue à ponta. Nossas ações são focadas principalmente para as pessoas periféricas”, afirmou Nunes.

Gustavo, CEO da Gamescom Latam, explicou algumas parcerias e iniciativas do evento para a acessibilidade.

“Realizamos parcerias com escolas da rede pública de São Paulo, que trarão alunos para visitarem a exposição de graça. Também faremos transmissões on-line e gratuitas das atividades para aqueles que não conseguirem comparecer”, contou.

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