Mbappé comenta sobre eleições na França e critica extremismo

Às vésperas da estreia da França na Eurocopa 2024, o astro da equipe, Kylian Mbappé, se posicionou fortemente neste domingo, 16, sobre a situação política no país, que antecipou suas eleições legislativas em meio ao avanço da extrema direita nos pleitos europeus. O capitão da equipe se mostrou contrário ao extremismo e apoiou o colega Marcus Thuram, que também já havia marcado posição sobre o assunto.

“Estamos num momento crucial na história do país. Somos cidadãos acima de tudo, não devemos estar desligados do mundo. Estamos numa situação sem precedentes. Quero dirigir-me a todos os franceses e, em particular, à geração jovem. Vemos que os extremistas estão às portas do poder. Temos a possibilidade de mudar isso”, afirmou o novo reforço do Real Madrid, em entrevista coletiva.

A França enfrenta uma crise política em razão da inesperada antecipação das eleições legislativas, previstas para 2027 e que agora ocorrerão em 30 de junho e 7 de julho. O presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu dissolver o Parlamento depois da vitória da extrema direita nas eleições europeias.

“Espero que minha voz seja transmitida o máximo possível. Precisamos de nos identificar com valores de tolerância, respeito e diversidade. Cada voz conta. Espero que façamos a escolha certa e tenhamos orgulho de vestir esta camisa novamente no dia 7 de julho”, ´prosseguiu Mbappé, que nasceu em Paris, e é filho de pai camaronês de mãe com ascendência argelina.

O camisa 10 salientou seu apoio a Marcus Thuram. “Estou com ele. Para mim, ele não foi longe demais. Estamos num país onde existe liberdade de expressão. Ele deu a sua opinião e eu estou do lado dele. É claro que o jogo de amanhã é muito importante, mas há uma situação que é ainda mais importante. Isto não nos impediu de nos prepararmos bem para o jogo de amanhã. Claro que é uma situação diferente, mas somos grandes jogadores e temos de nos adaptar”, completou.

A França é uma das seleções da Euro com maior número de naturalizados ou de filhos de imigrantes. Por isso, muitas vezes o sucesso ou fracasso dos times de Zinedine Zidane, Karim Benzema e Mbappé, todos com ascendência africana, foram alvo de debate entre políticos do país. “Quando eu faço gols, sou francês. Quando não faço e as coisas vão mal, eu sou árabe”, disse Benzema certa vez.

A França estreia na Eurocopa diante da Áustria na próxima segunda-feira, 17, às 16h. Pela mesmo grupo D, a Holanda estreou com vitória de virada, por 2 a 1, sobre a Polônia.

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