O Comitê Olímpico Russo (ROC) não boicotará os Jogos Olímpicos de Paris deste ano, afirmou seu presidente nesta quinta-feira (14), apesar das restrições aos atletas impostas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como punição pela invasão da Ucrânia.
“Nunca tomaremos o caminho do boicote (aos Jogos). Sempre apoiaremos nossos atletas”, disse Stanislav Pozdnyakov, ex-esgrimista olímpico que atua como chefe do ROC, em comentários veiculados pela agência de notícias estatal RIA.
“Mas ressaltamos que as condições estabelecidas pelo COI são ilegítimas, injustas e inaceitáveis.”
Vetos a russos e belarussos em Paris
O COI permitirá que russos e belarussos que se qualificarem em seus esportes para os Jogos de Paris, que vão de 26 de julho a 11 de agosto, participem como neutros sem as bandeiras, emblemas ou hinos nacionais de seus países.
Os atletas neutros competirão apenas em esportes individuais e não serão permitidas equipes dos dois países. Os atletas que apoiam ativamente a guerra na Ucrânia não são elegíveis, nem aqueles contratados pelas Forças Armadas russas ou belarussas.
A Rússia protestou vigorosamente contra as restrições.
“Não podemos agir como se (a invasão da Ucrânia pela Rússia) não existisse”, declarou ela.
Inicialmente, russos e belarussos foram proibidos de competir internacionalmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, para a qual Belarus foi usada como ponto de partida.
Em dezembro, o presidente Vladimir Putin lançou uma dúvida sobre a participação dos russos nos Jogos de Paris, dizendo que apoiava a competição, mas que o país deveria ponderar se deveria participar, caso o evento visasse retratar o esporte russo como “moribundo”.
Os atletas russos já participaram de sucessivas Olimpíadas sem sua bandeira ou hino, na esteira de grandes escândalos de doping.
Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos boicotaram as Olimpíadas de Moscou de 1980 devido à invasão soviética do Afeganistão, e a União Soviética e seus aliados retaliaram com um boicote aos Jogos de Los Angeles de 1984.